AURA MINERALS (AURA33): O RESULTADO DESSA EMPRESA DE OURO E OS DESTAQUES DO MERCADO HOJE
O resultado da Aura foi em linha com o esperado.
É verdade que não foi um resultado tão brilhante como o metal que é seu principal produto.
O 2T23 teve a menor produção do ano, 13% menor que no 1T23
A queda de produção já tinha sido orientado pela empresa e aparecido na prévia operacional.
A grande “culpada” pela queda de produção foi a mina EPP no Mato Grosso cuja produção foi quase a metade do trimestre anterior.
Esta queda de produção na EPP é esperada pelo sequenciamento da mina, com mineração em áreas de menor teor de ouro e deve melhorar no segundo semestre.
Além da queda da produção a desvalorização do dólar também impactou o resultado, dado que o ouro é cotado em dólares.
Com isso, mesmo com o ouro em patamar de preço alto, as receitas da Aura caíram 9% frente ao ano anterior e 12% frente ao 1T23.
O Ebitda recuou 12% frente ao 2T22, com custo caixa (custo para minerar o ouro) um pouco maior frente ao ano passado e 8% maior que no 1T22.
O lucro líquido foi de US$11 milhões no 2T23 23,9% inferior ao 1T22 e a Dívida Líquida/EBITDA segue confortável em 0,97x
Perspectivas para 2023 pioraram
O CEO da empresa, Rodrigo Barbosa, está confiante com o segundo semestre, principalmente nos volumes do 4T, o que deve levar a empresa a melhores resultados.
Ainda assim, a Aura reduziu sua orientação e expectativa de produção para esse ano em cerca de 5%.
Antes, a produção esperada em 2023 era de 254 mil a 292 mil onças.
Agora, é de 245 mil a 273 mil onças.
A empresa também atualizou sua orientação para os custos e investimentos (capex), com um aumento esperado para 2023, como mostrado nos gráficos abaixo.
As BDRs da empresa caíram cerca de 2% hoje, dia posterior ao resultado, uma vez que uma expectativa pela empresa de uma menor produção para o ano, com um custo maior e investimentos superiores não são uma boa notícia, de fato.
Perspectivas para o longo prazo se mantém positivas
Para o longo prazo, as expectativas ficaram inalteradas, e a empresa deve ultrapassar 450 mil onças em 2025 com a adição de novos projetos já em andamento.
A Aura negocia a um P/L de 15 vezes e com um Ev/Ebitda de 5 vezes, negociando a um ROE melhor e múltiplos descontadas frente a pares internacionais.
O que foi destaque no mercado HOJE
Tivemos algumas notícias ruins no mundo hoje?
A Itália resolveu cobrar um novo imposto sobre os bancos, o que não é uma noticia boa e gera um receio: IMAGINA SE ESSA MODA PEGA POR AQUI ?
E tivemos mais dados fracos da economia da China!
As exportações da China caíram 14,5% em julho é o terceiro mês consecutivo de queda
(ante expectativa de recuo de 12,5%)
A China também teve queda de 12,4% das importações (ante expectativa de recuo de 5,1%) com fraca demanda global .
Obviamente isso pesou na cotação do 0minério de ferro que já tinha tido ontem a cotação mais baixa desde o início de junho, com rumores de que a China corte a produção de aço no 2S23.
Além disso... a Moody’s rebaixou a nota de crédito de alguns bancos pequenos e médios nos EUA e disse que pode rebaixar a nota de grandes bancos
Com isso tudo S&P500 caiu 0,42% e Nasdaq -0,79%
No Brasil o Ibovespa caiu 0,25% e o destaque foi a ata da decisão que cortou a Selic para 13,25%.
A notícia boa da Ata é que os membros do Copom concordaram com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões!
No corporativo o destaque - negativo - foi para a Centauro (SBFG3) que caiu 26% só hoje após o resultado vir cerca de 20% abaixo do esperado pelos analistas.
Maiores despesas com fretes, marketing e royalties da marca Nike pesaram, bem como o endividamento, fazendo a empresa ter prejuízo.
Eu falei mais sobre isso no meu instagram e você pode acessar clicando aqui
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Abraços
Cristiane Fensterseifer CNPI, CGA e consultora CVM
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