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Foto do escritorCristiane Fensterseifer

Pão de Açúcar (PCAR3) salvou o dia com alta de 15%: os motivos da alta e o que tem em comum com a Ambipar (AMBP3) + dividendo de 4% de BBSE3 e a VIRADA do Bradesco (BBDC4)

parte 1 - a crise

Na madrugada de domingo para hoje vimos as bolsas asiáticas derreterem.


O Japão chegou a ter interrupção do mercado por queda forte (circuit breaker) e o Nikkei (o Ibovespa deles) caiu 12%.


O motivo principal das quedas de hoje parece ser a continuidade do fechamento das operações de carrego.


Nelas, cerca de 20 trilhões de dólares eram pegos empregados a juros quase zero no Japão e alocados em investimentos mais rentáveis (em geral em dólar).


Só que com a moeda japonesa subindo muito nos últimos dias (pela alta de juros e intervenção no câmbio pelo governo japonês) essas operações tem de ser fechadas.


Para isso, investidores vendem os investimentos em dólar (como nas bolsas, nas empresas de tech , etc) para pagar esses empréstimos a juros baixíssimos no Japão.


Afinal, de nada adianta o juro ser baixo, mas o investidor perder muito com a valorização forte do iene.


Por isso, estamos vendo queda forte, principalmente naqueles ativos que subiram muito, como as empresas de tecnologia americanas (e boa parte dessa alta pode ter sido inclusive financiado por operações de carrego - empréstimos em iene japonês).


Esse é o motivo, pra mim, para Nvidia por exemplo, ter caído 7,6% hoje.


Warren Buffet também põe medo

Coloca medo nos investidores o maior investidor do mundo, Warren Buffet, estar cauteloso com a economia dos EUA e ter recorde de US$ 277 bilhões em caixa...


Ele vendeu metade de sua fatia em Apple (AAPL), que caiu 4,8% hoje - mas ela ainda é a maior posição da carteira dele, com cerca de 23% de participação ou US$84 bi.


E o medo de recessão nos EUA?

Na lista de motivos pela queda, ainda temos uma escalada da guerra no Oriente Médio com a retaliação do Irã a Israel (parece que esfriou... vamos ver)


E o medo de recessão nos EUA, com o payroll (criação de vagas de emprego) decepcionando na sexta passada e a taxa de desemprego subindo para 4,3% em julho, de 4,1% em junho.


Eu não acredito que os EUA estão à beira de uma recessão.


Hoje a medida da atividade do setor de serviços dos EUA (PMI) aumentou para 51,4 com aumento nas encomendas e no emprego. Em junho tinha sido 48,8, o menor nível em quatro anos.


Acima de 50 indica crescimento de serviços, que é 2/3 da economia dos EUA.


Moral da história: 

É um movimento de fluxo, não de resultados das empresas, mas o risco disso é:


1) o alto volume das operações de carrego, que pode prolongar o evento

2) se espalhar para uma crise de crédito


De qualquer forma o cenário mais provável é que os EUA e outros desenvolvidos cortem mais e mais rapidamente os seus juros o que pode, por outro lado, aumentar o valuation de small caps aqui e acolá...


Veja como o mercado não é nada simples e por isso


A pressa é inimiga da perfeição

Passei o dia estudando e pensando muito sobre alterações na carteira.


É possível que  nos próximos dias recomende algumas adequações para os clientes.


Mas o principal ponto é que estou muito tranquila com os valuations do portfólio.


Entendo que os ativos brasileiros já se encontram excessivamente descontados, diferentemente dos EUA.


Talvez isso explique porque no dia de hoje, em meio ao stress que fez o Nasdaq cair 3,4% e o S&P cair 3% o Ibovespa caiu apenas 0,51%.


Assim, entendo que vender no meio do pânico dos mercados, sem examinar muito bem a necessidade disso, seria errado.


Por falar nisso...


parte 2 = as empresas:

Bradesco (BBDC4) – excelente resultado perto dos últimos – parece um ponto de virada!


O lucro recorrente de R$ 4,7 bilhões no 2T24 foi 4% maior que no 2T23 e 8% acima da estimativa média dos analistas.


Na teleconferência o banco indicou que deve superar o lucro médio do guidance:


O Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 10,8% no 2T24 cresceu 0,6 ponto percentual ante o 1T24.


O Bradesco está ainda entre os menores ROEs do setor (metade do ROE do BB e do Itau), mas o resultado parece uma fonte de esperança perto dos anteriores, de que a retomada da

rentabilidade que ele está buscando está em curso !


A melhoria do lucro e do ROE veio principalmente pela queda de 29% nas provisões para inadimplência (PDD)  ante o 2T23 para R$7,3 bi


Taxa de inadimplência também caiu para 4,3% frente aos 5,9% do ano anterior.


Esta inadimplência menor reflete uma melhor qualidade na carteira de crédito.


A carteira de crédito expandida totalizou R$912 bi e cresceu +5% a/a


A margem financeira gerencial com clientes (receitas com crédito e intermediação financeiras) caiu 8,4% no ano, mas cresceu 5% ante o trimestre passado, para R$ 15 bilhões depois de 6 trimestres caindo.


A margem com clientes liquida de provisões (ganho em operações de crédito líquida de PDD) subiu 26% ante o 2T23, para R$ 8 bilhões.


A receita com serviços atingiu R$ 9 bilhões, alta de 6% ante o 2T23 e 5% ante o 1T24.


O ponto fraco do resultado foi o crescimento das despesas totais de 10,6% ante o 2T23, mas, tirando isso, pareceu um bom resultado e as ações refletiram isso: BBDC3: +8,12% e BBDC4: +7,51% mesmo em dia de queda nos mercados mundiais.


BBDB4 negocia no low histórico de 0,8x seu patrimônio (pvpa)

Fonte: investe10

...e dá uma olhada como está para trás do ITUB4 por causa dos resultados mais fracos recentes:

BBDC4 vs  ITUB4 em 5 anos Fonte: Google

 

Pão de Açúcar (PCA3) salvou a carteira em dia de stress nos mercados com alta de 15%


- entenda os motivos paRA A ALTA DA AÇÃO E O QUE TEM EM COMUM COM O CASO DA AMBIPAR (AMBP3)

 

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