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Foto do escritorCristiane Fensterseifer

Quem guarda nossa safra? Vamos falar sobre Kepler Weber (KEPL3)



Este relatório é um estudo sobre a Kepler baseada no Kepler Day ocorrido no inicio deste mês!


Todos nós já sabemos da importância do Brasil em produção e exportação de alimentos, com suas safras gigantes.


A tabela abaixo ilustra nossa importância, como protagonistas na produção e/ou exportação de soja, milho, café e outros produtos.



Uma senhora com 98 anos, abriu o capital de 1980 e desde julho deste ano negocia no nível mais alto de governança da bolsa, o Novo Mercado,


A Kepler é líder com folga no setor de pós colheita, entregando projetos completos para armazenagem, com duas fábricas modernas.


O segundo colocado deste setor é um terço do tamanho da empresa o que a deixa em uma posição confortável no setor.


A empresa atende a todas as regiões agrícolas do Brasil e de 53 países.


Seus centros de distribuição garantem a agilidade na oferta de peças e manutenção dos equipamentos.


A Kepler tem 15 mil clientes ativos, conquistados com qualidade do produto, pontualidade nas entregas e atendimento eficiente.


Em 2022 atendeu a 4 mil destes clientes e é importante lembrar que 70% das vendas ocorre para clientes que já compraram uma vez


A empresa hoje é uma corporação, sem acionista controlador, e o maior acionista são os fundos da Trígono com 21% da empresa.

Fonte: Kepler

Quais os pilares da tese de crescimento da Kepler?


1. A armazenagem de grãos aumenta a segurança alimentar e a produtividade de preços e safras.


2. Uma maior demanda por grãos pelo maior consumo de proteínas


a. A renda média vem aumentando com o êxodo rural e busca de trabalhos mais qualificados, o que eleva o consumo

b. A população mundial aumentou 3 vezes nos últimos 60 anos

3. O Brasil, mesmo sendo uma potência agrícola, possui um déficit histórico de armazenagem e de logística de grãos e após a colheita.

A capacidade instalada não acompanhou a velocidade de crescimento da produção como mostra o gráfico abaixo.


Fonte: Kepler

Quando comparamos o percentual de armazenagem nas fazendas, o Brasil, com apenas 15%, fica bem atrás de outros países como o Canada e EUA os quais armazenam 85% e 65% da produção nas fazendas.

Nossa vizinha Argentina armazena 40% e União Europeia 50%.


Estocar grãos a céu aberto significa perdas para o agricultor e em algumas regiões o payback do investimento em armazenagem é de cerca de dois a três anos ou até menor dependendo do cenário.


Financiamento facilitado pelo governo, com juros abaixo da Selic


No passado recente cerca de 70% da receita da Kepler veio de recursos próprios e 30% de financiamentos realizados pelos clientes.


Do montante financiado 61% vêm do PCA (Plano para Construção e Ampliação de Armazenagem).


O Plano Safra veio com um crescimento de 30% em 2023/2024 frente ao plano anterior e animou a compra por parte dos clientes.


Atualmente cerca de 50% das vendas estão sendo financiadas.




Tecnologia deve crescer no mix de receitas


A Kepler vem desenvolvendo tecnologia para ampliar as previsão e vendas e alguns exemplos e medidas são:


· Medir as unidades de armazenagem que estão cheias o ano inteiro e oferecer ampliação


· Realizar a venda (E-commerce) de peças estimando o desgaste com base no uso


· Monitorar e analisar os grãos armazenados pela Procel.


· Oferta de software de gestão por um sistema que mede a temperatura e as condições do grão para manter a qualidade e identificar situações de risco.


Veja abaixo como aumentaram as unidades conectadas:


Fonte: Kepler


2023 deve ser o segundo melhor ano da história para a Kepler


A Kepler é uma empresa muito cíclica e já sofreu no passado por isso pelas variações de mercado e de volume de pedidos.


É normal se questionar para não comprar a ação da KEPL3 no auge do ciclo, após anos tão fortes como os últimos, e este, junto com a economia e quebras de safra são alguns dos riscos importantes a se levar em consideração.


Atualmente atendendo a todas as maiores regiões produtoras do Brasil, a Kepler melhorou a volatilidade dos resultados decorrente de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, que afetam diferentemente clientes de diferentes regiões.


Além disso, o aumento das receitas de reposição e serviços, com os centros de distribuição, diminuiu a ciclicidade das receitas.

Fonte: Kepler


A Kepler atingiu um patamar muito superior de margens em 2022, impulsionados por anos de safra muito positivos, preços das comodities em alta e juros mais baixos.


Estes fatores impulsionaram a demanda da empresa para níveis recordes em 2022, o que junto com uma gestão eficiente de custos e margens levou ao patamar de 3015 de margem Ebitda em 2022


A margem Ebitda caiu para 22% no 1S23, com um hiato nas compras pela indefinição de financiamento, que acabou saindo melhor que o esperado.


Agora, com a divulgação do plano safra, a carteira da empresa já está maior que na mesma época do ano passado e as perspectivas para o ano são positivas.


Alto retorno sobre o investimento e geração de caixa


Importante notar que a Kepler é uma empresa de projetos.


Assim, algumas vezes recebem até 80% do valor antes da entrega, precisando de pouco CAPITAL DE GIRO, ficando inclusive superavitária em capital de giro em 2022.

A empresa tem foco no Capex para aumento de capacidade e produtividade e aceleração das oportunidades de M&A (a primeira aquisição da história da empresa foi a Procel)

Mesmo com o Capex maior o retorno sobre o capital investido tem sido altíssimo em mais de 60%.


A empresa tem um caixa robusto, com mais caixa do que dívidas, o que tem permitido um alto pagamento de proventos de dividendos e juros sobre o capital próprio e um robusto programa de recompra de ações.


O dividend yield dos ultimos 12 meses é de 9%, impulsionado por um 2022 fantastico de resultados, e a minha estimativa é de proventos de 4% para 2023


Conclusão: vale a pena investir em kepl3? veja aqui o resultado do meu valuation



minha conclusão é: Ótima empresa, mas não está uma barganha


Abaixo mostro o resultado de minhas projeções para a Kepler, que resultam num preço alvo de R$14 reais e um upside de 18%, mais um retorno em proventos de 4% estimado para 2023.

Desta forma, sigo monitorando os resultados e cotação da empresa, mas prefiro manter os nomes atuais que temos no portfólio recomendado.





O mercado hoje


O Ibovespa fechou em alta de 0,18% acompanhando NY onde o S&P 500 e Nasdaq subiram 0,12% e 0,29%.


A Inflação ao consumidor (CPI) dos EUA era o dado mais aguardado dessa semana.


O CPI de agosto veio em +0,6% frente a julho e em +3,7% frente a agosto do ano passado.


A gasolina contribuiu para mais de metade do ganho e, junto com mercado de trabalho apertado

Por outro lado, ocorreu uma normalização na inflação dos serviços, o que é positivo.


O Núcleo (inflação excluindo gasolina, alimentos e outros preços voláteis) subiu +0,3% frente a julho e +4,3% frente a agosto de 2022.


Como o núcleo acelerou de 0,2% para 0,3% neste mês e ficou acima da previsão, temos riscos de altas de juros adicionais, pois a inflação está mais que o dobro da meta de 2% nos EUA.


Em geral, o mercado não mudou a expectativa de manutenção das taxas estáveis pelo FED na reunião da próxima semana e que os juros devem continuar na faixa atual de 5,25% e 5,50% até começarem a cair pelo meio de 2024.


Aqui no Brasil saiu hoje a produção industrial em julho de 2023, que recuou 0,6% frente a junho


Na bolsa as varejistas avançaram diante do recuo dos juros futuros, com o Carrefour (CRFB3) sendo a maior alta do Ibovespa hoje em +3,97%.


A exceção foi VIIA3 que cai com o desalento de que a oferta de ações (follow on) não resolva seus problemas financeiros.


Weg (WEGE3) subiu +3,59% com o anuncio de parceria com a Petrobras (PETR4) para o desenvolvimento de um aerogeradores em terra para geração de energia eólica.


BRF (BRFS3) figurou nas maiores altas do Ibovespa, com a queda do preço do milho e alta do preço do frango que sobe mais de 15% em um mês.


As petroleiras (RECV3) -2,18% e (RRRP3) -2,16% caíram com o aumento dos estoques de petróleo nos EUA na semana passada, que fez o preço do petróleo Brent cair 0,19%, para US$ 91,88 por barril.









Cristiane Fensterseifer – CNPI, CGA e consultora CVM

Instagram : @crisinveste

Twitter : @crisinveste


















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