SOCORRO, A AÇÃO CAIU! Para onde vai o petróleo? E Se todos os carros fossem elétricos no mundo?
Respondendo algumas das últimas perguntas que mais recebi nessa semana!
Nos últimos anos, o crescimento da demanda global por petróleo tem sido influenciado pelo crescimento econômico, mudanças nos padrões de consumo de energia, eventos geopolíticos e a transição para fontes de energia mais sustentáveis. A seguir estão os principais marcos históricos de crescimento anual da demanda por petróleo:
2015-2019 (Pré-pandemia):
Nos últimos 10 anos antes da pandemia de 2019 o crescimento da demanda era de cerca de 1,5% ao ano impulsionada pelo crescimento econômico global, especialmente em países em desenvolvimento como China e Índia.
2020 (Pandemia de COVID-19):
A maior redução da história recente na demanda global ocorreu com a política do fique em casa na pandemia, levando a uma contração de 9% (uma queda de 10 milhões de barris por dia).
2021 (Recuperação):
Houve uma recuperação significativa de 6%, com a demanda global de petróleo aumentando cerca de 5,6 milhões de bpd em relação a 2020, conforme a economia global começou a se recuperar das restrições impostas pela pandemia.
2022:
O crescimento foi mais moderado, de 3% ou cerca de 2,1 milhões de bpd, à medida que o mercado global ainda se estabilizava. A guerra entre Rússia e Ucrânia afetaram o fornecimento.
2023:
A demanda continuou a crescer, mas a um ritmo menor, com uma estimativa de crescimento anual em torno de 1,8 milhão de bpd, voltando para a média de crescimento de 1,5% a.a.
A transição para energias renováveis e políticas ambientais mais rigorosas em começaram a afetar o crescimento da demanda.
2024 -
Vou deixar um trexo do Oil Market Report de setembro da Agência Internacional de Energia (IEA) https://www.iea.org/reports/oil-market-report-september-2024
Mesmo com este cenário de desaceleração descrito acima, a projeção de demanda global de petróleo para 2024 é de cerca de 103 milhões de barris por dia (bpd), de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Esse aumento de cerca de 2% em relação a 2023 é impulsionado por uma recuperação econômica contínua, particularmente nas economias emergentes da Ásia e do Oriente Médio, além de um consumo relativamente estável de combustíveis fósseis em setores como transporte e indústria.
Vale observar que essa semana a China ligou uma bazuca de estímulos economicos e como ela era amaior fornte de desaceleração da demanda, isso pode melhorar o cenário - leia aqui sobre os estímulos chineses.
As projeções de demanda de petróleo
Transição energética é o fator que contém a demanda
Políticas de transição energética e os avanços em tecnologias de energia renovável podem desacelerar o crescimento de demanda por petróleo
As projeções para os próximos 10 anos dependem da fonte e dos cenários:
Fonte | Demanda Projetada para 2030 | Cenário Principal |
IEA (STEPS) | ~104 milhões de bpd | Políticas atuais e anunciadas |
IEA (SDS) | ~88 milhões de bpd | Desenvolvimento sustentável |
IEA (NZE2050) | ~76 milhões de bpd | Emissões líquidas zero até 2050 |
OPEP | ~110 milhões de bpd | Crescimento contínuo até a década de 2040 |
ExxonMobil | ~106 milhões de bpd | Crescimento moderado com estabilização posterior |
BP (Cenário de Novas Políticas) | ~100 milhões de bpd | Pico em 2025 e estabilização |
BP (Net Zero) | ~55 milhões de bpd | Redução acentuada com transição rápida |
McKinsey | ~94 milhões de bpd | Pico em 2025 com declínio gradual |
EIA (EUA) | ~106 milhões de bpd | Crescimento contínuo até 2030 |
Essas previsões são altamente influenciadas pela velocidade da transição energética, políticas climáticas e o desenvolvimento de tecnologias alternativas, como veículos elétricos e energias renováveis.
Vários órgãos têm diferentes cenários e vou deixar como exemplo a Agência Internacional de Energia (IEA) no seu relatório "World Energy Outlook 2023",
- Cenário de Políticas Declaradas (STEPS): Assume que as políticas climáticas e energéticas atuais e anunciadas são implementadas. Projeção: A demanda global por petróleo atinge o pico em 2030 com cerca de 104 milhões de barris por dia (bpd), mantendo-se relativamente estável após isso.
- Cenário de Desenvolvimento Sustentável (SDS): Reflete um cenário de rápida transição energética para atingir os objetivos climáticos de Paris. Projeção: A demanda cai para cerca de 88 milhões de bpd até 2030, com reduções contínuas à medida que as energias renováveis ganham participação.
- Cenário de Emissões Líquidas Zero em 2050 (NZE2050): Considera um caminho em que o mundo atinge emissões líquidas zero até 2050. Projeção: A demanda por petróleo cai de forma mais acentuada para cerca de 76 milhões de bpd até 2030.
Se todos os carros fossem elétricos no mundo, qual seria a demanda por petróleo?
Atualmente, o transporte rodoviário é responsável por cerca de 45% da demanda global por petróleo, isso equivale a cerca de 45 a 50 milhões de bpd.
Carros de passageiros representam a maior parte desse número, com estimativas que variam entre 25 e 30 milhões de bpd consumidos por veículos leves.
Se todos os carros fossem substituídos por veículos elétricos (VE):
- A demanda por petróleo do setor de veículos leves poderia ser reduzida em 25 a 30 milhões de barris por dia, que representam aproximadamente 25% a 30% da demanda global atual de petróleo.
- Isso deixaria uma demanda residual de aproximadamente 70 a 75 milhões de barris por dia, com a maior parte proveniente de outros setores, como:
- Transporte aéreo, marítimo e de carga pesada: (caminhões, navios, aviões), que ainda dependem majoritariamente de combustíveis fósseis.
- Indústrias petroquímicas: utilizam petróleo como matéria-prima para plásticos, fertilizantes e outros produtos químicos.
- Aquecimento e geração de energia em regiões que ainda dependem de óleo combustível.
Fatores alta para a demanda do petróleo
O principal fator para aumento da demanda é o crescimento econômico mundial.
Essas previsões são baseadas em projeções de instituições como o FMI e AIE, e podem mudar conforme novos dados se tornem disponíveis, especialmente devido a fatores como transição energética e eventos geopolíticos.
Mesmo com a eletrificação dos carros, a demanda por petróleo poderia ser compensada por outros fatores:
- Setores industriais que ainda dependem do petróleo.
- Crescimento da demanda em países em desenvolvimento para fins não relacionados ao transporte de carros.
Projeções de preço do petróleo
As projeções de preço do petróleo para os próximos 10 anos variam de acordo com organizações e dependem de uma série de fatores, incluindo a demanda global, a oferta, os eventos geopolíticos, as políticas energéticas e a transição para fontes de energia renováveis. A seguir, estão as projeções separadas por fontes:
Fonte | Projeção de Preço em 2030 | Cenário Principal |
IEA (STEPS) | $80 a $90 por barril | Políticas atuais e anunciadas |
IEA (SDS) | $60 a $70 por barril | Desenvolvimento sustentável |
IEA (NZE2050) | $35 a $45 por barril | Transição para emissões líquidas zero |
OPEP | $80 a $100 por barril | Crescimento contínuo da demanda |
ExxonMobil | $70 a $90 por barril | Crescimento moderado da demanda |
BP (Novas Políticas) | $70 a $80 por barril | Manutenção das políticas atuais |
BP (Net Zero) | $30 a $40 por barril | Transição rápida para fontes renováveis |
Goldman Sachs | $85 a $100 por barril | Crescimento moderado com leve declínio após 2030 |
McKinsey | $60 a $80 por barril | Transição energética moderada |
EIA (EUA) | $70 a $85 por barril | Estabilidade na demanda |
Wood Mackenzie | $70 a $80 por barril | Estabilidade, com possibilidade de queda com aceleração da transição |
Um exemplo de cenários traçados é o da Energy Information Administration (EIA) dos EUA
A EIA, em seu "International Energy Outlook 2023", considera diferentes cenários baseados em políticas e avanços tecnológicos.
- Projeção de preço em 2030: A EIA sugere um preço entre $70 e $85 por barril, com um mercado relativamente estável até 2030. A EIA assume uma transição energética mais lenta, o que permitirá uma demanda global por petróleo próxima aos níveis atuais até o final da década.
O preço do petróleo é a principal variável para determinar o valor de uma empresa de petróleo - ainda mais para as empresas júnior
As JUNIOR OIL são empresas menores, geralmente focadas em exploração e desenvolvimento de novos campos de petróleo. Na B3 temos PetroRio (PRIO3), PetroReconcavo (RECV3), e a união de 3R (RRRP3) e Enauta (ENAT3) que formou a Brava (BRAV3)
O preço do petróleo tem um impacto direto sobre a receita de uma empresa de petróleo júnior. Essas empresas ganham dinheiro vendendo o petróleo que extraem.
Quando o preço do barril de petróleo está alto, as margens de lucro aumentam significativamente, já que os custos de extração e operação são relativamente fixos.
Por outro lado, quando o preço do petróleo cai, a receita da empresa é severamente afetada, muitas vezes levando a prejuízos.
O valor das reservas de petróleo de uma empresa júnior depende do preço do petróleo.
As reservas só são economicamente viáveis de explorar se o preço de mercado justificar os custos de extração e desenvolvimento.
Empresas júnior têm geralmente custos operacionais mais altos do que as grandes empresas integradas. Portanto, a rentabilidade das operações depende diretamente do preço do barril.
Pequenas flutuações no preço podem ter impactos dramáticos na capacidade de gerar lucro.
Empresas júnior de petróleo são avaliadas com base em suas expectativas futuras de produção, mais do que em seus resultados atuais.
Quando os preços do petróleo estão altos, as expectativas de lucros futuros aumentam, e o mercado se torna otimista em relação ao potencial de crescimento dessas empresas.
Com isso, o valor das ações e a capitalização de mercado da empresa tendem a subir.
As empresas júnior são muito mais sensíveis à volatilidade do mercado do que grandes empresas integradas, que têm operações diversificadas e fluxos de caixa estáveis.
Se o preço do petróleo cai rapidamente, uma empresa júnior pode ter grandes dificuldades financeiras em um curto período, enquanto uma grande empresa poderia absorver essa queda mais facilmente.
Qual o EV/EBITDA MÉDIO DE UMA JUNIOR OIL
O múltiplo EV/EBITDA (Enterprise Value sobre EBITDA) médio para uma empresa de petróleo júnior varia de acordo com o ciclo do mercado de petróleo, a operação, o estágio de desenvolvimento dos ativos e as perspectivas.
Em linhas gerais, o EV/EBITDA médio de produtoras de petróleo júnior tende a ser mais alto em comparação com grandes companhias de petróleo devido ao maior risco associado a essas empresas e suas maiores expectativas de crescimento. As faixas típicas de EV/EBITDA para produtoras júnior são:
- Empresas Júnior de Exploração e Produção (Exploration & Production - E&P): o EV/EBITDA médio pode ficar entre 3x e 8x, com empresas mais bem-sucedidas ou em regiões promissoras (com baixo risco geopolítico ou operacional) tendendo para a parte superior dessa faixa.
- Empresas Júnior em Fase de Desenvolvimento de Projetos: Como muitas dessas empresas ainda não geram EBITDA significativo, o múltiplo pode ser mais volátil e, em alguns casos, até não aplicável.
- Empresas maiores e mais estabelecidas no setor de petróleo, como as chamadas "majors", geralmente apresentam múltiplos de EV/EBITDA mais baixos, na faixa de 4x a 6x, refletindo menor risco e previsibilidade maior de geração de caixa.
Quando o preço do petróleo sobe, o EV/EBITDA tende a crescer, especialmente para produtoras menores que são mais sensíveis às variações de preço.
Empresas com campos de exploração promissores ou novas descobertas podem ter múltiplos mais altos devido às expectativas de crescimento futuro.
Quanto maior o risco Geopolítico e Operacional, maior o desconto aplicado nos múltiplos de avaliação.
múltiplos das jr ol brasileiras na b3
No Brasil os múltiplos dos últimos 12 meses estão assim:
Empresa | EV/EBITDA (Últimos 12 meses) |
PRIO3 | 3,8x |
BRAV3 | 4,5x |
RECV3 | 5,1x |
Abaixo temos o EV/Ebitda projetado , após as quedas na bolsa :
Ebitda 2025 - Estimado | EV | Ev/Ebitda 2025 | |
PRIO3 | 13.104 | 46783 | 3,57 |
RECV3 | 2.237 | 5792 | 2,59 |
BRAV3 | 6.868 | 14.531 | 2,12 |
FONTE INVESTING.COM |
SOCORRO , A AÇÃO CAIU ! O QUE FAZER ?
Como sempre, não pauto as decisões pela alta ou vaixa da ação , mas tentando mapear os riscos e cenários de longo prazo para os itens chave do Valuation - lembre-se :
O QUE IMPORTA PARA O VALUATION É O LONGO PrAZO DA EMPRESA , QUANTO ELA VAI GERAR DE CAIXA NOS PRÓXIMOS 10 ANOS (E ALÉM)!.
Assim, a recomendação em ativos do setor se mantém inalterada.
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lembre-se de rebalancear os pesos de cada ação da sua carteira vendendo um pouco do que subiu demais e comprando um pouco do que caiu demais desde a indicação, para manter os % alinhados.
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Cristiane Fensterseifer – CNPI, CGA e consultora CVM de investimentos no www.investe10.com.br
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